Naftalina
Vestiu-se cheirosa de naftalina...
Vestiu-se cheirosa de naftalina
No âmago um sonho dos tempos de menina.
No toca fitas o som da ilusão
Um gosto frio de café.
Um ruído sem refrão
Cheiro mofado de cabaré.
Uma algazarra de todo lado
Lábios duplamente avermelhados
Fumos da sala pelo ar espalhado.
No armário suas nove horas.
Uma voz bêbada e um trocadilho hilário.
Teve o remorso corroendo
Frustrou o sonho de ser amada
Suicidou-se tanto
Que acabou morrendo.
Interlúdio: Diferentes
No fundo somos todos diferentes e ao mesmo tempo parecidos em humanidade, pois dentro da sensibilidade de cada um molda-se o íntimo e quem mais sensível for mais intensamente vive.
Escrito por:
MOACIR LUÍS ARALDI
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