Como um tango
Suave e leve como o pouso da borboleta...
Suave e leve como o pouso da borboleta
a brisa cobriu a vida,
embaçando o vidro cristalino.
Pela fresta da janela
o vento vira a página do livro aberto.
Cheiro de flor penetra em minhas narinas.
Alguma deve existir por perto
além do ipê florido que desapareceu.
Ao longe um latido
acompanha a imaginação
romper o véu e sumir.
Ancorado sou escondido
pela minha respiração
esbaforida na vidraça.
Dia agourento
pesado e cinzento
passando...
Se tivesse trilha sonora
seria melancólica e
triste como um tango.
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Interlúdio: Porta
Nada pior na vida do que encontrar a porta aberta e não ter vontade de entrar.
Escrito por:
MOACIR LUÍS ARALDI
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