Artigo

Cafeteria

Percebo, a esta altura, que devo dar novo foco a minha vida...

Percebo, a esta altura, que devo dar novo foco a minha vida.
O tempo me fez ter outra visão do mundo. 
Não quero aquilo que não sou. Busco, neste momento, ser eu mesmo. Simplesmente eu. 
Vou olhar a vida por todos os lados. Não só de frente.
Viver cada dia como único. Sem culpas internas e sem espaço para o pessimismo. 
Minha força interior vai me erguer quando for preciso e a paz que tenho comigo vai me conduzir sem sustos. 
Saberei lidar com pessoas negativas de energia baixa e manterei minha mente distante das maldades deste planeta, pois, só assim, serei feliz com minha consciência.
Meu coração, clinicamente, sofre, mas vou controlar as emoções que lhe repasso para que suporte só o fundamental.
Até hoje busquei a excelência em tudo. Isso, como não opcional.
Agora chegou o momento de mandar para os ares manuais, cartilhas, regras, metas e objetivos que não servem para nada. 
Não vou mais chegar na hora.
Propositalmente sairei sem explicar só para ir até à cafeteria.
Quero cantar parabéns. Abraçar os chatos. Beijar os feios. Almoçar com mendigos. Comprar de ciganos. 
Dormir em hotéis baratos. 
Rodar em estradas de chão. 
Quero banho de riachos, fogo de chão, camisa suada, fogueira de São João, restaurante e motel beira de estrada.
Quero os amigos de fé, baladas em cabarés e, com sorte, carinho de mulher.
Dizer que gosto só para quem, de fato, gosto.
Degustar muito lentamente cada fração do amor e da sobremesa. 
Andar a pé em meio à natureza. 
Curtir a alegria e conviver com as tristezas.
Na memória manterei só as fases boas da vida. 
A lembrança dos bons amigos e amores. Estes nem o tempo nem à distância apagará. Emoções inigualáveis, registradas as demais não são essenciais.
Quero brindar, não aos melhores nem aos piores. Todos, neste mundo, somos bons e ruins. Brindar sem motivo, sem data especial sem nenhuma razão. 
Brindar o reencontro. As chegadas. As partidas.
Brindar apenas por brindar. Brindar aquilo que de mais importante temos: Um brinde à vida. Um brinde, MINHA VIDA.

(Interlúdios)

Escrito por:

MOACIR LUÍS ARALDI

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