Pietá
Trago no rosto a expressão de Pietá...
Trago no rosto a expressão de Pietá,
mãos vazias para mostrar,
nestas noites em que só palavras voam,
e dos meus dedos brotam céus em desalinho,
giro no quarto de chão molhado
tropeço no escuro do caminho,
nem sombras dos que me pediam
para mais alto eu falar.
Nem pontes unindo sul e norte,
nem em aquarelas recebo um olhar.
Lá fora só o vento melancólico e forte,
mas há de haver um ponto sagrado
onde o mundo possa ser ancorado
e viver em harmonia
o sonho pela vida sonhado.
Onde o sol bronzeie a pele
onde a semente germine
onde a realidade sorri
e a vida, preciosa, se ilumine.
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Interlúdio: Exatamente
Ainda que por um breve momento, gostaria de ser exatamente como sou.