Sou
Sou sonho... Que se escreve desejo...
Sou sonho... Que se escreve desejo.
Sou esperança... Que se escreve pó.
Sou angústia... Que se escreve nó.
Sou amor... Que se escreve talvez.
Sou infância... Que se escreve distante.
Sou passo... Que se escreve muleta.
Sou criança... Que se escreve doçura.
Sou conta nova... Que se escreve dívida.
Sou desejo... Que se escreve vontade.
Sou ânsia... Que se escreve chocolate.
Sou busca... Que se escreve tentativa.
Sou homem não chora... Que se escreve falso.
Sou medo... Que se escreve insegurança.
Sou natureza... Que se escreve extinta.
Sou verdade... Que se escreve dureza.
Sou solidão... Que se escreve tristeza.
Sou o eterno... Que se escreve “até onde der”.
Sou ternura... Que se escreve mulher.
Sou o estou bem... Que se escreve mentira.
Sou sólido... Que se escreve derrama.
Sou poesia... Que se escreve em versos.
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Interlúdio: Sem número
Sempre desejei viver numa casa sem número, como estes endereços que parecem não existir – Moro na Rua das Flores, S/N. Isso sim é morar numa poesia.