Mãos atadas
Ainda que do olho salte a ilusão...
Ainda que do olho salte a ilusão
que da boca verta a fragilidade
mesmo que voe a imaginação
a busca é constante pela saciedade.
Ainda que a nuvem esconda o sol
que na sombra não se veja o vulto
conserva-se a alma no formol
mata-se o corpo em um minuto.
Ainda que o galho balance o canto
dos Uirapurus festejados
o mato permanece à beira do pranto
ficam os terrestres voam os alados.
Ainda que o fermento negue crescimento
a levedura está depositada
mesmo que a mente aceite o consentimento
não se guia de mãos atadas.
(Cabernet)
Escrito por:
MOACIR LUÍS ARALDI
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