Lado de fora
Sentei-me no lado de fora...
Sentei-me no lado de fora
ao relento.
Pensativo...
olhei com os olhos da vida
os seus cabelos brancos
como está envelhecida
nada da criança que vi crescer
nada do menino com sorriso encantador
o restante do sonho esquecido num cantinho
pela fresta pude ver morto
o poema outrora lindo.
A antiga canção agora tem uma nota só
não vejo garotas nas paredes internas
não vejo paisagens emolduradas.
No vaso flores sem vida
um amarelado retrato partido
poeira densa nos vidros
pedaços de vida espalhados pelo chão
na mesa descansa o violão.
Algo ainda se move
o amor alegremente respira
não morre o homem
enquanto viver na ilusão.
(Cabernet)
Escrito por:
MOACIR LUÍS ARALDI
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